Urbelux
A poluição visual, gerada pelo excesso de espaços dedicados à publicidade no espaço urbano, há muito tempo já é parte integrante da paisagem das grandes cidades. Surgiram então painéis luminosos, usualmente chamados de backlights. Diante da utilização abusiva e indiscriminada deste e de outros recursos midiáticos, foram realizadas operações em grandes metrópoles brasileiras com o intuito de fiscalizar de forma mais severa a utilização do espaço público. Porém, muitos destes espaços acabaram sendo freqüentemente utilizados por estes mesmos órgãos para a propagação de mensagens políticas.
Situações como essas, instigaram o início da produção de uma série de fotografias, denominada Urbelux. O que se apresenta é o flagrante da instauração de uma paisagem artificial e temporária presente dentro do universo cotidiano de qualquer metrópole, onde tal “falha” do sistema também demonstraria um momento, mesmo que breve, de uma suposta falta de lucratividade de empresas que estariam pagando para utilizarem determinados espaços.
Porém, o olhar aqui não é somente o da pesquisa e crítica às instituições e corporações, como muito bem realizou a ativista canadense Naomi Klein, em sua obra referencial “Sem Logo”. As fotografias se constituem como cenas, que foram capturadas a partir de um olhar rápido, permitido somente com a eficiência de uma câmera digital de bolso. As imagens geradas a partir de painéis luminosos não estão propagando mensagens visuais, mas apenas luz, que ilumina artificialmente um espaço que usualmente não emanaria tanta luminosidade
Busca-se também um sentido mais poético através de metáforas que evidenciam a atração do homem pela iluminação em sentido mais amplo, no que se refere à idéia de sabedoria, de se “lançar luz” sobre algo. Esta série se volta para a criação de paisagens que se constituem como um convite a outras supostas dimensões, como podem sugerir alguns dos próprios títulos das fotografias: “Canal”, “Portal”, e “Templo”. Com essas imagens, pretende-se construir uma alegoria que representa uma entrada de abertura, de um espaço conhecido, para outro universo ainda a ser desvendado.
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The visual pollution, caused by too much space devoted to advertising in urban areas, had long been an integral part of the landscape of large cities. Neon signs then emerged, commonly called backlights. Due to the misuse and indiscriminate this and other media resources, operations were performed in Brazilian large cities in order to monitor more severely the use of public space. But many of these spaces often ended up being used by these same agencies for the dissemination of political messages.
Situations like these have prompted the start of production of a series of photographs called Urbelux. What emerges is the striking landscape of introducing an artificial and temporary present within the universe of any metropolitan daily, where such "failure" of the system also demonstrates a moment, although short, of a purported lack of profitability of companies that would be paying to use certain spaces.
But the aim is not only the research and criticism of institutions and corporations, as well held Canadian activist Naomi Klein, in his reference "No Logo". The photographs alone are scenes that were captured from a quick glance, only allowed with the efficiency of a digital camera pocket. The images generated from the neon signs are not spreading visual messages, but only light that illuminates an artificial space that usually emanate not so much light.
The quest is also a more poetic metaphors that show the attraction of man for lighting in the broadest sense, with regard to the idea of wisdom, to "shed light" on something. This series turns to the creation of landscapes which constitute an invitation to other alleged dimensions, as may suggest some of the very titles of the pictures: "Channel/Canal", "Portal/Portal" and "Temple/Templo." With these images, we intend to build a float that represents an input opening, a known space for another universe yet to be discovered.
Rafael Adorján, 2010
Templo | fotografia | 45 x 60 cm | 2009
Portal 1 | fotografia | 45 x 60 cm | 2009
Canal | fotografia | 45 x 60 cm | 2010
Portal 2 | fotografia | 75 x 60 cm | 2010
Fendas | fotografia | 45 x 60 cm | 2010
Horizontal | fotografia | 45 x 60 cm | 2009
Tela | fotografia | 45 x 60 cm | 2009
Paralelas | fotografia | 45 x 60 cm | 2009
Vitirnes | fotografia | 45 x 60 cm | 2010
Central | fotografia | 45 x 60 cm | 2011
Espelho d’água | fotografia | 45 x 60 cm | 2011
Exposição | Exhibition ! Primeira vista, Amarelonegro Arte contemporânea, Rio de Janeiro, 2011
Exposição | Exhibition | Salão Novíssimos , Galeria de Arte IBEU, Rio de Janeiro, 2010 | Menção Honrosa | Honorable Mention